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Soar. (Ilustração: Yhuri Cruz) |
A frequência acelerou. E das batidas veio o som:
- É que tudo que eu sentia antes tinha tom de cinza. Chovia dentro de mim. E as gotas e as nuvens e o frio, me faziam querer você. Amarelo. Agora tudo é amarelo. É muito ouro dentro de mim. Esse dourado que me bronzeia por dentro. E já não preciso de você pelos abraços que me curavam o frio. Muito mais. Você é muito mais que a chuva. Eu te quero pelo arrepio que a gente sente quando se assobia no ouvido. Você é a dona do meu ouro. Morena, isso é seu. O meu amor é luz que me faz ver o quanto você é nítida. O quanto seus olhos chorosos são profundos. A chuva finalmente passou e te quero pelo carinho sutil que seus dedos fazem na minha barriga. E te quero pelas tardes de amor que o mundo nunca girou para ver. E te quero pela voz precisa que falta aos pássaros da manhã. E te quero pelos sorrisos que mentem a incerteza de um futuro! Eu tenho ouro dentro de mim. Que me faz quente, ainda mais! Eu te amo só por amar você. Não há mais frio. Eu sou e soo quente por você. Morena.
E então a percussão estabilizou.
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