O ser humano é por natureza otimista e insatisfeito, no sentido de acordar todos os dias, sair e fazer algo de util, ou até inútil, buscando que o real, a luta diária, torne-se o ideal de toda uma vida: a riqueza, a felicidade, o amor.
É essa busca pelo ideal que move o mundo. É essa insatisfação intrínseca ao ser que move todo o sistema nervoso.
De certa forma, nosso corpo possui mecanismos de injeção de otimismo, ou melhor, de esperança, que faz com que todo o percurso ganhe um sentido quando, muitas vezes, não existe nenhum. Ou existe?
E se não existir, ainda que, para todos nós, eu e você, estejamos perseguindo o caminho que não escolhemos, que a vida nos empurrou, por que continuamos a segui-lo?
Não pode ser uma simples questão de acomodação. Ou pode (?). Seria necessidade, unica opção? É possível que não nos demos conta dos nossos atos e das conseqüências prolongadas dos mesmos, e acabamos mergulhando no idealizado, no onírico mundo que queremos viver. É possível que pensemos que tudo isso seja uma jornada?
Tudo é jornada? Até quando vamos ter que lutar?
Até quando sua insatisfação vai ser deixada de lado?
Nous sommes très drôles.
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