quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Medidas variadas. Caleidoscópios sentimentais.

Não existem sentimentos. Não existe o amor ou a raiva. O orgulho ou a humildade. Se pararmos e pensarmos, perceberemos que eles são nomes, e somente nomes. Nomes pretensiosos que tentam, sem sucesso, definir o que sentimos. Mera tentativa infeliz, pois não os sentimos.

Você já sentiu amor por alguem, certo? Dúvido. O amor que ele sente ninguem pode sentir igual. E quanto à tristeza? Já foi assolado pela ovelha negra da família dos sentimentos? Tenho certeza que o que cobriu seu ser de sombra não foi tristeza, somente uma desilusão passageira. E essa é a verdade, ou inverdade? Não sentimos a raiva ou o a felicidade. É tudo invenção. É tudo ilusão.

Iludidos são aqueles que acreditam no poder dos nomes. Um nome não é a tradução perfeita de um fato. Um fato não pode ser comprimido em 4 letras, muito menos em 1.000. O amor, ou o que chamamos de amor, não passa de um nome dado ao conjunto de fatores que nos levam a admirar certa pessoa, ao passo de você fazer tudo que está ao seu alcance por essa pessoa.

Demonstração do quanto um nome pode ser limitado perante à realidade. Essa definição de amor é pífia. Não importa o que o dicionário chama de amor.  O que você sente é certamente diferente. Assim o é com todos os sentimentos. Não existe o ódio ou a saudade. Existe o que você sente e existe o que eu sinto. Sentimentos unicos e completos não existem. Somente variações.

O complexo não pode ser simplificado. Não se pode concluir o que não possui conclusão. Não existe o unico. Só existe o diferente. O amor e todo sentimento é preconceituoso no seu sentir.


Já dizia o filósofo: "O homem é a medida de todas as coisas." (Protágoras)

São bilhoes de homens, são bilhoes de sentimentos.
Não tente igualar os seus com os dos outros. Ambos são unicos internamente.
Externamente são complexos caleidoscópios. Dinâmicos, diferentes e encantadores.

Pensante.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ciclo interrompido.

Sobre o ar que o envolve, ele não o sente mais. Não se respira mais. Só se expira.
A paisagem, antes viva, agora borrão, junto com o sentimento que ele nutria pelas árvores, passa despercebida.
A velocidade não serve mais para emoção. Virou constante, corriqueira, um piscar.
O silêncio é exceção à regra de sua vida desregrada. O barulho da música que ele escuta virou trilha sonora para as tardes, que antes, eram repletas de (....) e (....). Afinal, o que realmente importava.
E as pessoas que com ele viviam, sumiram no vulto que sua vida se transformou.
Silhuetas passam diversas vezes ao seu redor, ele olha, mas não reconhece. Porque todos os seus sentidos diminuíram com o aumento do ritmo de demanda vital.
Se ele percebesse que o não-viver é tão importante quanto o viver, (vi) veria melhor.
Nunca é tarde. Tudo é um ciclo. Ele deve quebrar para consertar.
Ele deve fechar um para abrir outro.
Um ciclo pode, sim, ser quebrado.

Pensante.