segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Homem-formiga.

O medo do passado transforma as pessoas em humanos incompletos.
Já não há esperanças para aqueles que possuem apegos no pretérito.
Aqueles que vivem o hoje, mas pensam no ontem, ficam presos no lapso de tempo que o coração magoado criou.
São cordas de mágoa e decepção que envolvem os pés e limitam os passos.
São ondas que caminham contra a maré do bem-estar.
São lágrimas que amarelam o sorriso verdadeiro.

Cabe a você ir sempre em frente.
Porque, tenha certeza, nenhum empurrão possui a força do seu impulso.
Nem as cordas que te prendem possuem sua resistência.
Nem as ondas que te afogam possuem tamanho fôlego.
Nem as lágrimas que te embaçam os olhos possuem a nitidez de sua decisão.

O máximo que um choro pode trazer é o triste afogamento das formigas do seu quarto.
Cada lágrima que cai, é uma tragédia.
Pobres formigas batalhadoras que não sabem o que é o sofrer.
São vitimas de um sofrimento molhado que não pertence a vocês.
Invisíveis ao olhar marejado do triste amante.

Às vezes me sinto um homem-formiga.
Sufocado nesse formigueiro que se chama vida.
O jeito é entrar na fila e nunca parar de andar.

do pensante.

4 comentários:

  1. Lindo,Yhuri!Você tbm sabe traduzir o q eu sinto...mas com suas proprias palavras...

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  2. "Às vezes me sinto um homem-formiga.
    Sufocado nesse formigueiro que se chama vida.
    O jeito é entrar na fila e nunca parar de andar."

    Nossa.. que texto perfeito, cara.
    Meus parabéns.
    Simplesmente adorei.

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  3. A tristeza chorada é uma tragédia aliviada.

    Adorei seu blog.

    Rebeca


    -

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