O homem tinha a síndrome dos sete espirros. Era um tipo de doença desconhecida e não-maligna ao corpo, porém, em certas ocasiões, era extremamente perturbadora. Tudo começava assim: todas as vezes que ele sentia um cheiro que o agradava muitíssimo, como cheiro de kiwi, por exemplo - ele adorava o cheiro cítrico de cor verde do kiwi - ele começava a espirrar. Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim !, ATCHIM!. Pronto... Sete vezes. Respirava e se afastava o máximo que podia do kiwi e do seu cheiro de natureza.
Ele conseguia viver tranqüilamente. Afinal, no mundo de hoje, dificilmente conseguimos sentir odores que nos agradam tanto assim. Tudo, aparentemente e olfatoriamente, está mais inodoro que o normal. As cores e os cheiros parecem estar em estado de sépia. Amarelados e monocromáticos. No entanto, de vez em quando vivemos situações de prazer físico, seja pela boa comida, odores de bons perfumes, ou até o prazer carnal, eventualmente intensos e duradouros. O homem, infelizmente ou felizmente, devido ao seu problema nasal, não vivia essas situações com tanta freqüência.
Freqüência é a grandeza física que visa medir a quantidade de eventos em um determinado intervalo de tempo. E no intervalo de um determinado ano, o homem alterou a freqüência de seus sete espirros sucessivos.
Era janeiro e o homem foi ao centro da cidade no começo da tarde. Era quase uma hora e o sol parecia estar ao lado dos transeuntes. No meio de todos eles, queimando-os, assando-os, fritando-os. A paisagem estava ondulada de tanto calor. Apolo* estava castigando a região. Enfim, ainda assim o homem tinha que cumprir seu dever. Ele sentia o odor das esquinas podres, das pessoas suadas, dos homens de terno que fediam a asfalto. Aquela era o tipo de situação na qual a síndrome nunca iria atacar. Tudo era fétido. Menos ela.

Ela o olhou de modo estranho. E ele a sentiu em seu nariz. "Merda", pensou ele. Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim !, Atchim ! e ATCHIIIIMMMM! "Merda, merda, merda...". Mais uma vez, espirrou mais sete vezes. Quando recuperou o fôlego no décimo quarto espirro, a mulher já estava a uns 300 metros de distância. Ele correu atrás dela, mesmo com o nariz queimando em partículas que saíam em velocidade constante. " Da próxima vez, ponha a mão no nariz, seu panaca", pensou o homem. E continuou a correr atrás do melhor cheiro que seu nariz já captou.
Continua....
*Apolo, Deus do Sol na mitologia greco-romana.

olha,Yhuri, eu tava soh passando rapido pela net pq tinha q estudar...mas dai vi q tinha um post novo no seu blog e resolvi parar pra ler. Valeu a pena!
ResponderExcluirMal posso esperar pela continuação...
bom fim de semana!
bjooos
*-* anciosa pelo final da história do menino athim ...ele é igual a mim so q eu não so tenhu esses ataques quando sinto um cheiro q amo tenhu todos os dias .. uahsuash muito legala ahistória irmão anciosa pelo final =D
ResponderExcluirHey there little!Esperando a continuação...Textos são as vezes tão íntimos como roupa de baixo,só a gente usa,mas faria algumas mudanças.Trocaria algumas palavras ''sisudas'',como ''traseuntes'' ou ''prazer carnal'';por outras mais leves,que combinassem com o estilo do texto.
ResponderExcluirPS:tá cheio de seguidor hein,espalha nosso blog tbm né?hahha
bjs!