sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crianças: diabinhos ou influenciáveis?


Ontem (15.04.10) eu estava no ônibus voltando pra casa após a cansativa aula de estatítisca da faculdade. Cheguei um pouco mais cedo no ponto de onibus e tive a sorte de encontrar o onibus parado como se estivesse me esperando. Entrei, paguei a passagem -cada vez mais cara, por sinal- e me sentei no fundo do veículo. Abri minha pasta, tirei o mp3, pus os fones no ouvido e começei a viagem ao som de Amy Winehouse - o primeiro cd, Frank.

Estavamos atravessando o aterro do flamengo, que paisagem linda, que paz, que brisa. Que soul nos ouvidos. Que momento bom.

Lembrei que tinha que acabar o capitulo do meu atual livro de distração, "A Festa do Bode", do meu autor preferido, Mario Vargas Llosa. Abri o livro e continuei o capitulo 5, no qual os ex-aliados do ditador da republica dominicana, nos anos 40-50-60, Rafael Trujillo, armavam uma cilada para matá-lo e acabar com o periodo de 30 anos de autoritarismo que assolava os dominicanos.

Enfim, conforme lia e ouvia, via também o trajeto do onibus. Já chegando perto de Olaria, bairro onde eu moro, vi uma cena que me assustou um pouco. A dois bancos a frente do meu um homem estava lendo uma biblia. Do lado de fora, no transito, um carro que levava varias crianças, voltando ou indo pra escola, já que estavam de uniforme escola, andava paralelo ao onibus.

A cena: as crianças, 3 pequenos individuos, dois meninos e uma menina,botaram as mãos para fora do carro e começaram a dar o dedo do meio para o homem que lia a biblia. Aquilo me surpreendeu. Eles continuaram a mostrar o dedo para o homem e riam com as bocas escancaradas, fazendo graça do homem. O homem, então, pegou a biblia, abriu em algumas paginas, e a esmagou na janela, mostrando para as crianças. Tentativa de exorcismo? Sei lá.

As crianças são seres altamente influenciaveis e, infelizmente, estão sendo transformados na fotografia da sociedade brasileira no que diz respeito a banalização dos xingamentos e das violencias psicologicas.

O pensante.

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